Trabalho em Rede


QUAL A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO EM REDE?

Todos conhecemos organizações e estamos habituados a ver as organizações com estrutura de pirâmide, ou seja as pessoas e entidades organizadas em níveis hierárquicos. Neste tipo de organização a comunicação entre os diferentes níveis faz-se de baixo para cima ou de cima para baixo.


Uma estrutura em rede é uma alternativa a esta estrutura piramidal, numa rede as pessoas estão ligadas horizontalmente. Resulta como uma malha de muitos fios, nenhum dos nós é mais importante que outro, não há um “chefe” que está acima de todos, mas sim uma vontade colectiva de realizar determinado objectivo.


“Uma estrutura em rede – que é uma alternativa à estrutura piramidal – corresponde ao que seu próprio nome indica: seus integrantes se ligam horizontalmente a todos os demais, directamente ou através dos que os cercam”. Francisco Whitaker (1993).
Esta característica é que torna o trabalho em rede importante e por isso se criou a RASSOL porque temos objectivos comuns, queremos que a informação circule entre todos, e criamos laços de solidariedade entre todos para podermos realizar não só acções em conjunto como também apoiar os diferentes membros na concretização dos seus projectos. 


VANTAGENS DO TRABALHO EM REDE

Lester Salamon (2003) diz que “as organizações do Terceiro Sector podem desempenhar um papel de enorme importância na luta contra a exclusão e na promoção para a inclusão” e ainda define as maneiras de promover a inclusão: consciencialização, empoderamento (empowerment), abertura do espaço público, “advocacy”(plaidoyer) monitoria, promovendo a inovação, mobilização de recursos, adequação dos serviços às necessidades da comunidade, mediação e solução de conflitos, influência económica.

Num trabalho em rede existem várias vantagens, como por exemplo a possibilidade das orga-nizações ampliarem a sua base de contactos, trocar e compartilhar experiências sobre diversos aspectos como legislação, captação de recursos e projectos. A rede possibilita a reciprocidade, a própria noção de solidariedade ganha uma dimensão mais realista porque trabalha-se para o bem de todos e não para o interesse pessoal.

Outra vantagem na estrutura organizacional em rede é que TODOS TÊM O MESMO PODER DE DECISÃO, porque decidem sobre as suas próprias acções e não sobre as dos outros. Todos têm o mesmo nível de responsabilidade, existe portanto a CO-RESPONSABILIDADE, na concretização dos objectivos da rede.

Numa estrutura em rede não existe representação, cada membro é autónomo na sua acção, mas responsável pelos efeitos que ela pode ter na realização dos objectivos comuns. Pode haver delegação de poder mas por acordo entre os que delegam e os que o recebem, não há níveis hierárquicos mas sim tipos de responsabilidades diferentes.

É bom saber também que A DEMOCRACIA INTERNA da rede é medida pela livre circulação de informações, pela inexistência de censuras, controles, hierarquizações ou manipulação. Na rede ninguém pode “subir” para um nível mais alto que os outros. Entre os membros da rede há colaboração, solidariedade, transparência e sentem-se co-responsabilizados.

Finalmente há uma vantagem que se conquista a médio e longo prazo e que é de extrema
importância: a rede ajuda a mudar os padrões de comportamento assentes na dominação, competição, autoritarismo e manipulação, a que estamos habituados e que existe na maior parte das organizações estruturadas em diferentes níveis hierárquicos.

O trabalho em rede IMPLICA UM PROCESSO DE RE-EDUCAÇÃO e de mudança de perspectiva, ou seja se conseguirmos que a RASSOL funcione realmente como uma rede estamos a colaborar para a mudança de mentalidade no sentido de nos comportarmos com mais justiça, mais tolerância e igualdade, dentro e fora da rede.


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