A expressão “Economia Solidária” passou a ser conhecida na década de 80 no mundo francófono e na América Latina, mas muito antes disso já se falava em “Economia Social” ligada ao cooperativismo, associativismo e ao mutualismo. É um conceito difícil de definir porque tem uso diferente de país para país, mas seja qual for a realidade social e económica na qual é usado todas têm em comum o facto do poder não estar na detenção do capital nem se defende a acumulação de lucros. A cidadania activa, a solidariedade, a valorização social das pessoas e do seu trabalho constituem o centro desta forma de economia.
Esta forma de economia é diferente da economia de mercado (que é dominante a nível mundial) onde conta a competição no mercado, o sucesso e interesse individual e maiores lucros. Para nós o que conta é a colaboração solidária onde existe dignidade, respeito e em que cada um é protagonista da sua história, é elemento indispensável para o sucesso da economia solidária.
A Economia Solidária vem ganhando força devido a crescentes problemas económicos, sociais e ambientais, culturais e políticos que desestruturam as sociedades sem que haja compromissos e soluções supranacionais. Isto leva ao surgimento de novas formas de exclusão social, crescente pobreza, destruição da natureza, e aumento das desigualdades sociais. Assim é necessário encontrar formas de se fazer economia, de se produzir e vender bens e serviços sem a competição sem regras e sem limites e cujo objectivo seja a valorização das pessoas e não do dinheiro.
A Economia Solidária representa práticas fundadas em relações de colaboração solidária, cuja inspiração vem de valores culturais que colocam o ser humano como actor e finalidade da actividade económica, em vez da acumulação privada de riqueza e de capital em particular.
PORQUÊ A ECONOMIA SOLIDÁRIA EM CABO VERDE?
Existe no nosso país a velha (e boa!) tradição de entreajuda, assim como a tradição de cooperativismo, e um movimento associativo importante, e estes factos são um dos pilares da economia solidária.Também ela justifica-se porque persistem várias formas de pobreza, aumentaram as desigualdades sociais, o ambiente natural é muito sensível e frágil (seca, agricultura instável, alterações climáticas), a nossa cultura é rica e com várias expressões e somos um país muito exposto à globalização e com uma economia pequena, o que coloca a sociedade em sérios riscos de descaracterização, uniformização e de fragmentação social.
Em Cabo Verde tem surgido de forma espontânea várias experiências e iniciativas da sociedade civil onde se aplicam os princípios da economia solidária e como é preciso assumir novos desafios ligados ao desenvolvimento e à justiça social esta forma de economia é muito importante para nós. O Atelier Mar tem vindo a envolver diferentes grupos em S. Vicente e em Santo Antão na aplicação dos princípios da economia solidária nos seus projectos produtivos ou na prestação de serviços. O modelo de economia solidária que aplicamos é específico da Macaronésia ou seja tem expressão semelhante nos arquipélagos de Cabo Verde, Açores, Canárias e Madeira.
QUAIS SÃO OS PRINCÍPIOS DA ECONOMIA SOLIDÁRIA?
Apesar da diversidade de origem e de dinâmicas culturais que a economia solidária tem tido pelo mundo fora, existem pontos de convergência como: a valorização social do traba-lho humano, a satisfação plena das necessidades de todos como eixo da criatividade t e c n o l ó g i c a e da actividade económica, o reconhecimento do lugar fundamental da mulher numa economia fundada na solidariedade, o respeito pela natureza, e os valores da cooperação e da solidariedade.
Para nós o conceito de economia solidária abarca vários princípios que os grupos que aderem a este tipo de economia aceitam seguir:
1. A Economia Solidária é um conjunto de actividades económicas com produção e distribuição de bens e serviços, criação de postos de trabalho, geração de rendimentos, satisfação de consumos e necessidades, poupanças e investimentos.
2. A Economia Solidária permite aumentar a coesão social com criação de oportunidades para os mais desfavorecidos, promoção da igualdade de oportunidades e de formas de gestão democráticas.
3. Os projectos têm uma abordagem que permite a promoção e valorização ambiental com a gestão cuidada dos recursos, uso de energias limpas, num reencontro digno com a natureza e uma relação económica positiva com a Vida.
4. Os projectos estimulam e promovem a valorização da diversidade cultural, do património local e do diálogo intercultural.
5. As actividades devem procurar de uma gestão, regulação e governação mais eficientes, rigorosas e integradas, ou seja com métodos exigentes de regulação de problemas, gestão democrática, voluntariado e co-responsabilização.
6 . A Economia Solidária é também um projecto de desenvolvimento integral que visa a sustentabilidade, a justiça económica, social, cultural e ambiental e a democracia participativa.
7. As actividades são articuladas e enraizadas nas suas comunidades de pertença, contribuindo para o desenvolvimento comunitário porque devem reforçar as capacidades locais e os sistemas económicos e sociais locais.
8. A sua implementação implica um processo de investigação/acção, porque permite novas aprendizagens e teorias, reflexão, reformulação e correcção para se continuar a acção.
ESTA NOVA FORMA DE ECONOMIA É SOLIDÁRIA DE FORMA SISTÉMICA: COM A VIDA E NÃO APENAS COM O SOCIAL, É BIOCÊNTRICA.
PORQUÊ A ECONOMIA SOLIDÁRIA EM CABO VERDE?
Existe no nosso país a velha (e boa!) tradição de entreajuda, assim como a tradição de cooperativismo, e um movimento associativo importante, e estes factos são um dos pilares da economia solidária.Também ela justifica-se porque persistem várias formas de pobreza, aumentaram as desigualdades sociais, o ambiente natural é muito sensível e frágil (seca, agricultura instável, alterações climáticas), a nossa cultura é rica e com várias expressões e somos um país muito exposto à globalização e com uma economia pequena, o que coloca a sociedade em sérios riscos de descaracterização, uniformização e de fragmentação social.
Em Cabo Verde tem surgido de forma espontânea várias experiências e iniciativas da sociedade civil onde se aplicam os princípios da economia solidária e como é preciso assumir novos desafios ligados ao desenvolvimento e à justiça social esta forma de economia é muito importante para nós. O Atelier Mar tem vindo a envolver diferentes grupos em S. Vicente e em Santo Antão na aplicação dos princípios da economia solidária nos seus projectos produtivos ou na prestação de serviços. O modelo de economia solidária que aplicamos é específico da Macaronésia ou seja tem expressão semelhante nos arquipélagos de Cabo Verde, Açores, Canárias e Madeira.
QUAIS SÃO OS PRINCÍPIOS DA ECONOMIA SOLIDÁRIA?
Apesar da diversidade de origem e de dinâmicas culturais que a economia solidária tem tido pelo mundo fora, existem pontos de convergência como: a valorização social do traba-lho humano, a satisfação plena das necessidades de todos como eixo da criatividade t e c n o l ó g i c a e da actividade económica, o reconhecimento do lugar fundamental da mulher numa economia fundada na solidariedade, o respeito pela natureza, e os valores da cooperação e da solidariedade.
Para nós o conceito de economia solidária abarca vários princípios que os grupos que aderem a este tipo de economia aceitam seguir:
1. A Economia Solidária é um conjunto de actividades económicas com produção e distribuição de bens e serviços, criação de postos de trabalho, geração de rendimentos, satisfação de consumos e necessidades, poupanças e investimentos.
2. A Economia Solidária permite aumentar a coesão social com criação de oportunidades para os mais desfavorecidos, promoção da igualdade de oportunidades e de formas de gestão democráticas.
3. Os projectos têm uma abordagem que permite a promoção e valorização ambiental com a gestão cuidada dos recursos, uso de energias limpas, num reencontro digno com a natureza e uma relação económica positiva com a Vida.
4. Os projectos estimulam e promovem a valorização da diversidade cultural, do património local e do diálogo intercultural.
5. As actividades devem procurar de uma gestão, regulação e governação mais eficientes, rigorosas e integradas, ou seja com métodos exigentes de regulação de problemas, gestão democrática, voluntariado e co-responsabilização.
6 . A Economia Solidária é também um projecto de desenvolvimento integral que visa a sustentabilidade, a justiça económica, social, cultural e ambiental e a democracia participativa.
7. As actividades são articuladas e enraizadas nas suas comunidades de pertença, contribuindo para o desenvolvimento comunitário porque devem reforçar as capacidades locais e os sistemas económicos e sociais locais.
8. A sua implementação implica um processo de investigação/acção, porque permite novas aprendizagens e teorias, reflexão, reformulação e correcção para se continuar a acção.
ESTA NOVA FORMA DE ECONOMIA É SOLIDÁRIA DE FORMA SISTÉMICA: COM A VIDA E NÃO APENAS COM O SOCIAL, É BIOCÊNTRICA.
Sem comentários:
Enviar um comentário